O que é EventStorming?

EventStorming é uma ferramenta baseada em workshops para explorar domínios de negócio, mapear jornadas de usuário ou fluxos de trabalho e construir uma modelagem do sistema de maneira colaborativa entre as pessoas que entendem do negócio e as pessoas que criam e implementam as soluções.

A ferramenta de EventStorming foi criada por Alberto Brandolini em 2012 para entender como funciona um domínio de maneira rápida e simples, e desde então tem evoluído muito, especialmente na comunidade Domain Driven Design (DDD). Pois, é utilizado como ferramenta estratégica para criar a arquitetura de sistemas, refletindo profundamente como o negócio funciona a fim de diminuir a complexidade acidental.

(Registro do EventStorming realizado na Taller)

Entendimento coletivo

Você já teve aquela sensação de que gostaria que todos estivessem na mesma página? Isso é bem comum, e o que fazemos? Marcamos uma reunião para “alinhar” ou criamos documentos com soluções predefinidas sem muita explicação do motivo, ou o problema que precisamos resolver.

O EventStorming tem uma abordagem que além de ser mais divertida, facilita o entendimento coletivo criando um ambiente seguro aonde todos partem do mesmo lugar.

Não é segredo que uma das melhores maneiras para se comunicar é contando histórias, e o EventStorming utiliza elementos como eventos, atores, sistemas e políticas (regras de negócio) para contar estas histórias de maneira que todos entendam quem, como e quando as pessoas interagem com o sistema para resolver seu problema.

Os diferentes “sabores” do EventStorming

Apesar de não existir um jeito único, ou certo, de se conduzir um workshop, o criador (Alberto Brandolini) tem comparado EventStorming com fazer Pizza, cada um pode colocar diferentes toppings, tanto no sabor Quatro Queijos ou no sabor de Portuguesa, os fundamentos permanecem.

O que ele chamou nesta entrevista de Plataforma de validação colaborativa do Storytelling do negócio:

The point I am trying to make with the pizza metaphor is that collaboratively validated business storytelling is a platform for more sophisticated reasoning. I have variations for the big picture recipe that could go for an ‘Enterprise Retrospective’, an ‘Organization Reboot’, a ‘Startup Design’, or a ‘Launch new Product’ type of workshop. They share the foundation, but the steps can be different.

Alberto Brandolini

Então, existem alguns formatos recomendados pelo criador que se aplicam melhor para cada cenário, são eles:

1. Big Picture:

   Aqui habilitamos uma visibilidade e compreensão geral mapeando os eventos e seus domínios, contextos, usuários (atores), sistemas e dependência entre todos os envolvidos.

    

2.  Process Modeling:

   Aplicamos para desenhar processos ou criar  serviços que emergem da síntese, com a compilação das diferentes perspectivas do valor entregue pelo negócio, desde a experiência do usuário até o desenvolvimento do software.

    

3. Software Design:

   Nesse daremos um mergulho profundo em contextos e eventos mapeados no ES Big Picture para construir a modelagem do software de maneira colaborativa e emergente utilizando elementos táticos do DDD como: comandos, agregados, modelos de leitura e regras de negócio (políticas).

Cada formato tem suas regras, elementos, tempo mínimo recomendado, e o mais importante, quais pessoas precisam participar.

Todos estes formatos podem ser utilizados para mapear o estado atual (as-is), ou o estado ideal / desejado (to-be), do domínio, porém, ao mudar o objetivo, a dinâmica pode ser diferente já que no to-be estaremos criando e no as-is estamos explorando e descobrindo.

(Registro do EventStorming realizado na Taller)

Conclusão

Desenvolver produtos digitais é desafiador, e cada vez mais tem mais pessoas utilizando estes produtos (sistemas) para resolver diversos problemas em uma variedade enorme de contextos, envolvendo planejamento, análise, design, prototipação, desenvolvimento, teste, integração e manutenção.

Num cenário onde os requerimentos do negócio podem mudar toda semana…

– Como manter todas as pessoas envolvidas na mesma página para que não se perca o entendimento do propósito das soluções que serão desenvolvidas
– Como diminuir a complexidade na comunicação entre cada área?
– Como facilitar a comunicação e entendimento entre quem cria a solução e quem entende do problema?

Acredito que o EventStorming seja uma ferramenta que pode te ajudar a responder estas perguntas.

1. Explore e crie soluções de maneira colaborativa com seus times.
2. Derrube as barreiras entre o pessoal técnico e de negócio.
3. Facilite uma visão sistêmica do problema que se está tentando resolver utilizando histórias para disseminar entendimento.
4. Traga visibilidade para o que é realmente essencial para o negócio e diminua a complexidade acidental.

Ah! O EventStorming Big Picture e Process Modeling podem ser utilizados para mais do que desenvolver sistemas, por exemplo:

• Otimizar fluxos de trabalho onde todos os envolvidos terão a oportunidade de participar e apontar padrões ocultos ou propor soluções para otimizar após enxergar como cada etapa impacta no trabalho das pessoas que participam do fluxo.
• Mudança organizacional utilizando a emergência dos contextos e sub-domínios para delimitar as responsabilidades de cada time e alinhar com como o domínio do seu negócio funciona. Segundo a Lei de Conway “Organizações que desenvolvem sistemas de software tendem a produzir sistemas que são cópias das estruturas de comunicação dessas organizações”, então se a maneira como sua organização se organiza e comunica é complexa, com ruído e cheio de ambiguidades ou pontos cegos, tudo isso será refletido no sistema ou solução desenvolvida.