Geração de valor, o Santo Graal do outsourcing de software
Falar sobre desenvolvimento de software sem falar de produto é como usar a melhor ferramenta possível para um trabalho errado. Desenvolver software sendo ágil em um ambiente onde o produto é desenvolvido de forma top-down é criar produtos que são um mistério no seu valor real.
Muito se fala de produtividade, mas será que produzir fazendo a coisa errada é realmente ser produtivo? O modelo cascata por exemplo, pode ser muito perigoso para o desenvolvimento de produto. Isso porque este modelo sugere um processo onde uma fase é seguida de inúmeros eventos interdependentes, além das flutuações estatísticas (diferenças entre estimativa e realidade), de modo que pode vir a ser um tiro que saiu pela culatra.
Na cultura lean, desperdício é tudo o que não é usado para gerar valor ao cliente. Desenvolver eficientemente um software que nem deveria existir, além de ser um desperdício de tempo e dinheiro, pode atrapalhar ainda mais, dificultando na hora de atingir a meta real.
Segundo o Chaos Report:
“Cerca de 45% das funcionalidades de um software nunca são usadas”.
Você deve estar se perguntando: O quê? Aproximadamente metade do software que roda no mundo nunca é utilizado? E quem está pagando por isso?
É aí que as coisas ficam um pouco confusas. Software não usado é software que foi produzido e não gerou valor ao cliente. Além de ser um completo desperdício, ele ainda está inflando a base de código, aumentando a complexidade, dificultando a manutenção e os testes. Todavia, em vários casos, também está poluindo a interface, piorando assim a experiência do usuário.
Muitas dessas funcionalidades são pensadas em salas fechadas com executivos e profissionais do marketing, sendo um requisito muitas vezes o reflexo do ego dos envolvidos que desejam deixar sua marca. Outro pensamento contraproducente é tentar enfiar goela abaixo todas as funcionalidades possíveis como se não houvesse amanhã.
Fazer mudanças em um software de qualidade e bem testado é fácil. Pivotar as ideias faz parte do mundo do marketing atual. Precisamos mudar a percepção do que é a verdadeira meta quando desenvolvemos software! Não pode ser apenas produzir software de qualidade. A meta tem que ser a geração de valor.
Obter lucro e ao mesmo tempo entregar ao cliente mais valor do que ele esperava. Esse é o Santo Graal do outsourcing de software.