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Lean Redesign – Episódio 08: Respondendo às mudanças estratégicas

Diário de bordo – 3 de janeiro de 2017

Iniciando transmissão…

Hoje, Sol 727 desde o início do projeto Lean Redesign, retorno a fazer contato para relatar algumas experiências que realizamos desde nossa última transmissão, a 385 sóis atrás. Este relato será o oitavo da série.

– BAN, por favor, consulte nossos arquivos de bordo para resgatar os detalhes desta jornada.

– OK. Processando…
Pronto! Aqui estão todos os relatos anteriores do Lean Redesign.

– Obrigado, BAN.

Prosseguindo, neste período de um pouco mais de um ano muitas coisas mudaram na Taller. Trocamos de sede, algumas pessoas saíram, novos projetos entraram… Essas mudanças refletem a maneira como nos posicionamos no mercado e na comunidade de desenvolvimento de software. Para que a nossa comunicação transpareça o que somos e o que fazemos, foi necessário dar continuidade ao desenvolvimento do nosso site. Atualizando-o a partir do ponto em que havíamos parado.

Não foi necessário pensar tudo do zero novamente, mas foi vital compreender o que não fazia mais sentido estar presente para dar espaço ao que sentíamos falta. Isso inclui não só a troca de textos e imagens, mas pensar a ideia central do que queremos transmitir em nosso site.

Mas antes de entrar nos detalhes dos experimentos, foi preciso fazer uma incursão às origens da Taller, na busca da essência do que é ser um taller.

O resgate do velho manifesto

Não é novidade que a Taller respira cultura ágil desde os seus primeiros dias de fundação, mas nunca tinha me perguntado se o nome da empresa tinha algum outro significado além da tradução direta de “ateliê”, em espanhol. Para minha surpresa, há um outro significado! É uma referência direta ao Manifesto dos Artesãos de Software (Craftmanship):

manifesto-software-craftsmanship

Esses valores listados no Manifesto Craftmanship surgiram em 2008 como uma proposta para ser o quinto item do Manifesto Ágil. Sua única frase era:

Craftsmanship over Crap

(Em uma tradução livre seria algo como “? mais que ?”).

Em seguida, evoluiu para “Craftsmanship over Execution”, e logo após virou um manifesto inteiro. O mais interessante dessa descoberta foi constatar que a essência do Lean Redesign estava o tempo todo representada no segundo item do manifesto:

“Não apenas responder a mudanças,
mas agregar valor de forma constante e crescente.”

Com essa frase correndo nas veias, foi possível não só adaptar o processos de criação de interfaces digitais para o contexto ágil, mas criar novos processos de trabalho que respondessem às necessidades de comunicação da empresa.

Dessas reflexões orientadas à prática surgiram dois experimentos singulares: a Entrevista Zeitgeist e a Carta de Declaração da Marca.

Entrevista Zeitgeist

Qualquer esforço que pretenda criar algo novo precisa começar com o entendimento do status quo. Saber onde estamos é essencial para determinar os esforços que nos levem a novos lugares, com novos resultados. Existe um termo alemão que representa esse recorte do presente. Foi com base nele que criamos uma dinâmica simples e poderosa.

Zeitgeist é uma daquelas palavras difíceis de traduzir com precisão para o português. Podemos entendê-la como espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos tempos. Em suma, significa o conjunto do clima intelectual e cultural numa certa época. E é esse conjunto de percepções e expectativas do estado atual da empresa que procuro. Elas serão o combustível para as criações futuras.

O experimento proposto é composto de duas etapas: a entrevista de quatro perguntas; e a visualização dos padrões que emergem das respostas. A essa atividade foi dada o nome de Entrevista Zeitgeist.

As quatro perguntas

O objetivo aqui é entender a percepção da pessoas do momento atual da empresa – presente – para alinhar as expectativas com relação ao futuro. Então selecionei quatro perguntas e pedi para que cada um me respondesse diretamente – via e-mail ou por mensagem no Slack.

1. Como você descreve a Taller?
2. O que a Taller oferece hoje?
3. Como você gostaria que a Taller se posicionasse?
4. O que a Taller pode oferecer num futuro próximo?

Na medida que as respostas foram chegando foi possível notar duas coisas curiosas: a forma peculiar como cada pessoa entende o que a empresa faz; e os padrões que começaram a emergir. Para visualizar os termos que apareceram com mais frequência, contei com a ajuda de uma ferramenta de nuvem de palavras (tagcrowd.com). O resultado já indicava o que estava latente nas respostas:

entrevista-Zeitgeist

Com essa etapa concluída, começamos a remodelar o posicionamento verbal da marca Taller.

Carta de Declaração da Marca

A etapa anterior nos deu pistas do caminho que podemos seguir, mas só quando organizamos as ideias de forma coesa e estruturada é que a mensagem ganha força. Foi preciso realizar um segundo experimento para transformar o raio-x do presente em farol para o futuro. Assim nasceu a Carta de Declaração da Marca.

Esta carta não necessariamente será utilizada publicamente no site, mas serve para amarrar o conceito da comunicação verbal com a estratégia de SEO e marketing digital da empresa.

Sua estrutura é a seguinte:

  1. Nome + tagline:
    Ex.: Taller.net.br Ateliê de desenvolvimento de software.
  2. Descrição curta (até 140 caracteres): Ex.: Somos um time que desenvolve software de qualidade para inovações tecnológicas de alta complexidade.
  3. Complemento da descrição: Ex.: Especialista em Drupal e Javascript (NodeJS e ReactJS) e referência na comunidade ágil do Brasil. Atuamos em projetos sob-medida de médio e grande porte com clientes como a Natura, FIESC, Claro, Kickante, Ogilvy, Editora Abril, USP, entre outros.
  4. Descrição para SEO: Ex.: Taller – Ateliê de desenvolvimento de software www.taller.net.br A Taller é um time que desenvolve software, especialista em Drupal e Javascript (NodeJS e ReactJS), e referência na comunidade ágil do Brasil. Localizada em Florianópolis/SC.
  5. Eixos de atuação: Ex.: Eixo principal: Ateliê de desenvolvimento de software Eixos de apoio: – Laboratório digital – Escola Taller – Comunidade.
  6. Assuntos e temas que queremos nos associar:
  7. Pontos de contato (endereço, redes sociais e telefones):

Essa carta, quando criada de forma colaborativa, torna transparente a visão de futuro e a compreensão atual do local onde trabalhamos. Por tanto, sugiro criá-la em um Google Docs, e depois apresentá-la numa reunião interna entre as pessoas da empresa.

**

Nesse relato temos muitas atividades que podem ser aplicadas no contexto de trabalho de vocês, por tanto, só acesse o próximo episódio da série depois de concluída esta etapa.

A próxima etapa (em breve) será focada em como criar um processo de aprimoramento contínuo que envolvam os designers, os desenvolvedores, os gestores e a galera do comercial. Uma experiência inovadora no nosso fluxo de trabalho.

Câmbio desligo.

Lista de episódios da série Lean Redesign UI