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Trabalho Remoto: vantagens, desvantagens – e perguntas frequentes

Trabalho Remoto na Taller

Quando, em fevereiro de 2017, o time da Taller resolveu devolver a casa que sediava a empresa, e então migrar para um modelo de trabalho totalmente remoto, não tínhamos muitas referências no nosso setor que pudessem guiar nosso período de transição.

Foi um misto de ousadia com intuição que motivou nosso passo rumo ao modelo atual: várias pessoas, de vários setores, trabalhando em horários e cidades diferentes, de maneira coordenada e eficaz de forma remota.

(Inclusive, uma das nossas entrevistas em podcast foi um registro das dúvidas que tínhamos nessa época em que fizemos a transição. Taverna Taller #9 – Trabalho remoto – com Karine Silveira (He:Labs) e Yoris Linhares (Happy Melly)

Hoje o cenário está menos nebuloso. Movimentos como o officeless.cc, All remote (Gitlab) e o We Work Remotely são algumas das muitas iniciativas que contribuem para que a experiência de sair do escritório físico não seja um tiro no escuro, mas um passo calculado e consciente dos riscos envolvidos.

Officeless é um movimento que acredita em relações de trabalho baseadas em autonomia, propósito e confiança. https://www.officeless.cc/

 

Manifesto e guia criado pelo GitLab, a maior empresa totalmente remota do mundo. https://about.gitlab.com/company/culture/all-remote/guide/

 

We Work Remotely é uma plataforma global de indivíduos interessados no trabalho remoto e em empresas buscando profissionais para contratar.
https://weworkremotely.com/

O empurrão que faltava

A situação mudou de maneira brusca. Em meio à crescente preocupação preventiva ao Coronavírus (COVID-19), empresas de grande porte como Facebook, Google, Twitter e Microsoft estão propondo que os seus funcionários trabalhem de casa.

Movimento que também pode ser acompanhado em larga escala na China e no restante do mundo, por conta dos motivos de precaução e medidas de prevenção de contágio do vírus. 

Como são diversas as motivações para a adoção completa – ou parcial – do trabalho remoto, resolvemos compilar as vantagens e desvantagens a partir dos relatos e perspectivas dos colaboradores aqui da Taller, ou seja, tudo que experienciamos na pele ao longos dos últimos anos.

E com isso ajudar no processo de tomada de decisão e adaptação transitória do seu modelo de trabalho.


Prós do trabalho remoto:

1. Diminuição de custo com deslocamento.

Só no preço da gasolina, Uber ou bilhete de ônibus, o modelo de trabalho remoto já apresenta umas das suas vantagens.

2 . Menos estresse com trânsito

. Com diminuição da necessidade de deslocamento, o tempo perdido no trajeto até o escritório pode ser um tempo para estar com a família ou para entrar e sair do expediente de acordo com a necessidade do dia. 

3. Agenda mais flexível.

Menos deslocamento cria brechas, para que, por exemplo, cada atividade possa acontecer sem pressionar muito a atividade seguinte.

4. Menos interrupções presenciais.

Uma chamada no Slack ou no Whatsapp pode esperar alguns minutos para ser respondida, já uma visita na sua mesa requer atenção imediata.

5. Trabalhar em qualquer lugar do mundo que tenha internet.

Basicamente, liberdade para escolher onde morar. Claro que o fuso horário conta, mas mesmo assim, é algo possível de se adaptar com formas assíncronas de trabalho.

6. Todo mundo no mesmo barco.

Quando o modelo de trabalho remoto é híbrido (presencial e remoto), quem não está presente fisicamente tende a ser excluído das conversas e a ter mais dificuldade de entrar nas conversas. Quando estamos todos remotos a dinâmica de participação fica mais inclusiva.

7. Mais resiliência e capacidade de adaptação.

Quem trabalha com suporte à cliente já deve ter passado pela situação de precisar resolver um pepino no final de semana ou após o expediente, mas se viu limitado porque não tinha acesso a algo que estava no escritório da empresa. Com o trabalho remoto esse tipo de problema dificilmente acontecerá. Quem salva arquivos na nuvem dorme mais tranquilo também.

 

Contras do trabalho remoto:

1. Ruídos na comunicação.

Internet ruim, barulho da rua, vizinho fazendo obra, fones ruins… O que não falta é interrupção. Isso faz parte, e ter jogo de cintura para levar isso numa boa é um requisito essencial para não ficar com cabelos brancos antes da hora.

2. Dificuldade para encerrar o expediente no horário combinado.

Parece estranho falar isso, mas quando estamos empolgados, facilmente extrapolamos nosso core time (horário combinado com o time para estar online). A disciplina que precisa para começar no horário também é necessária para saber quando parar.

3. Separar momentos profissionais dos pessoais.

Quem convive com uma pessoa que faz home office, acaba demorando para entender que estar presente não significa estar disponível. É um balanço complicado que pode gerar algum atrito nos primeiros meses.

4. Privacidade.

É comum esquecer a câmera ou microfone ligados e acabar expondo algo além do necessário. Faz parte…

5. Custo com o setup do local de trabalho.

Nem tudo são flores. Ter uma boa internet, cadeira confortável, máquina de trabalho com boas configurações tem o seu preço. Mas tendem a serem pagos com a diminuição de outros custos recorrentes (deslocamento, por exemplo).

6. Isolamento social.

Se a empresa não estimula a constante participação das pessoas nos ambientes de comunicação (Por exemplo o Slack, Hangout, Trello…) pode acontecer de uma ou outra pessoa mais acanhada ficar isolada e sem contato com alguém do time por dias ou semanas. Sem contar o impacto psicológico de estar em casa por muito tempo seguido. Quem é mais caseiro nem sente muito a mudança, mas quem é mais falador, e gosta de interagir fisicamente com as pessoas diariamente, o choque pode ser grande. Nada que uma pausa para um café, uma caminhada para respirar, ou ir trabalhar num coworking não ajude. Uma call com um colega pode ajudar a aliviar a sensação de isolamento. 🙂

 

Perguntas Frequentes:

  1. É preciso usar a câmara o tempo todo?

R.: Não. Usamos só em algumas atividades específicas (reunião, programação em par…). Mas existe a liberdade de ficar só no áudio nesse momentos, caso a pessoa queira mais privacidade.

  1. Mas as pessoas não se sentem muito sozinhas?

R.: No começo pode acontecer, mas na experiência que tivemos durante a adaptação, a sensação de solidão passava rápido porque estávamos em contato diariamente no Slack e nas reuniões cotidianas (daily). A atividade em par também estimula uma interação com outras pessoas do time.

  1. Como uma pessoa nova no time faz pra não ficar perdida?

R.: Por aqui nós preparamos algumas trilhas de conteúdo pra pessoa ir entendendo como trabalhamos, mas a melhor forma é pedir ajuda e ficar acompanhando o pair junto com as pessoas mais experientes. Existe uma demora normal, mas em poucas semanas os novatos já entendem o que fazer e onde achar as respostas que precisam.

  1. Como vocês “batem ponto”?

R.: Nós não fazemos esse tipo de controle. Cada time tem o seu core time (horário em comum para estar online) e confiamos que cada um está ciente do que precisa ser feito no dia e na semana. Estar sentado numa cadeira por 8h não significa produzir por 8h, aliás, isso é contra-produtivo. Nosso modelo de gestão facilita a sincronia do time sem a necessidade de gerenciar o tempo de cada pessoa em específico.

  1. Mas onde é a sede da empresa, já que estão todos remotos?

R.: Se a empresa é 100% remota, não existe a mínima necessidade de existir uma sede! Para resolver alguns trâmites, por exemplo, existem serviços que servem como escritório virtual, para recebimento de correspondências e outras burocracias que requerem endereço físico. 

 

 

Complementos sobre trabalho remoto:

O tema é extenso e com muitas dúvidas e variáveis, dependendo do tipo de segmento em que cada empresa atua.

Aqui no blog temos alguns outros textos complementares sobre trabalho remoto, como por exemplo Experiências de um home-officer e O que não te contaram sobre o trabalho remoto, e também sugerimos escutar o podcast que fizemos com pessoas parceiras que também adotaram com o novo modelo de trabalho.

Fique a vontade para mandar suas perguntas no comentários ou nas redes sociais!

Abraço!

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