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Feedback, autoestima e responsabilidade na retrospectiva

Há alguns dias rolou uma retrospectiva do nosso time de desenvolvimento, após um certo período de “banho maria”. O time estava trabalhando e produzindo normalmente mas eram notáveis certos desconfortos de relacionamento e rotina.

Só para contextualizar nossa realidade, nós temos apenas um time de desenvolvimento que trabalha em múltiplos projetos através do fluxo unificado. Então ter um time cabisbaixo significa ter quase a empresa toda nesse mesmo humor. Apesar de termos uma comunicação fluida, diária e próxima, foi sentida a necessidade de trazermos à superfície alguns problemas e reconhecimentos.

Resolvi compartilhar essa dinâmica com vocês pois acredito que foi uma das que trouxe mais discussões produtivas e resultados eficazes. Percebi também uma liberdade maior na troca de feedback, na autoavaliação e uma motivada bacana na autoestima do time.

Vamos à retrospectiva!

A retrospectiva ocorreu num timebox de 2h, um pouco além do nosso usual, mas que foi visto como necessário. Além do time de desenvolvimento (os Vingadores) estavam presentes também nosso Analista de Negócios e nosso Designer, que vez ou outra entra no time para demandas mais pontuais.

Ferramentas

Uma folha de flip-chart, canetas e post-its. Para os remotos utilizei a ferramenta Fun Retro onde reproduzi exatamente o mesmo board usado para a galera presencial. Como facilitadora eu geralmente passo as contribuições online também para o board físico, já que ele sempre vai pra parede depois. Ah, e comida, sempre.

Parte 1 – Agradecimentos

Quem já trabalhou comigo ou já leu algum outro post meu sobre facilitação já sabe que essa é uma prática recorrente que aprendi com meu colega Xulispa e perpetuei nestes anos de Taller.. Todos do time devem agradecer ou elogiar um ou mais dos seus colegas por algum trabalho bem feito, uma ajuda ou um comportamento que foi visto como importante e que deve, merecidamente, ser valorizado.

Parte 2 – O que torna nosso time muito bom? (Autoestima)

Aqui o pessoal pensou em características que tornam o time diferenciado. Pedi para que a galera fosse sincera e falasse o que realmente identificasse como algo que faça parte da cultura do time, coisas que os deixam orgulhosos.
Depois de cerca de 5 minutos, listei todos os apontamentos no topo do flip-chart e li um por um. Conversamos sobre alguns que mais chamaram a atenção. O curioso é que, na presença de cerca de 10 pessoas, não foram muitos os post-its parecidos. Cada indivíduo admira e valoriza qualidades muito pessoais, e isso agrega aos valores e, sem dúvida, dava pra ver a satisfação no rosto do pessoal cada vez que lia algo inesperado.

Parte 3 – O que atrapalha o crescimento do time? (Feedback)

Feedback time. Essa foi a hora de colocar a cultura de confiança à prova, e fiquei bastante satisfeita com o resultado. Apontamentos bastante inteligentes e contextualizados, que focavam no bem estar coletivo e na busca de melhoria contínua. Li todos em voz alta e conversamos sobre os mais polêmicos ou que mais se repetiram. Houve bastante autoavaliação e senso de responsabilidade. Sem dúvida essa é a parte da dinâmica que mais demora e que mais precisa de rebolado por parte do facilitador.

Parte 4 – Vamos nos comprometer a: (Responsabilidade)

Com base nas discussões que houveram, fomos pensando coletivamente em soluções possíveis e realizáveis a curto prazo para que o time pudesse mudar aquilo que não agradava. Soluções práticas e rápidas como “mudar o horário de determinada atividade” já foram realizadas assim que saímos da cerimônia. Os resultados são então acompanhados e revisados na retrospectiva seguinte, onde conversamos e alinhamos os bons frutos, o que ainda precisava ser feito e o porquê de algo não ter sido colocado em prática.

Acho importante como parte de um processo que envolve feedback, fechar com um compromisso, assim esses momentos não são vistos como uma reunião a mais ou só mais um encontro: a retrospectiva faz parte do crescimento profissional individual e do time.

E acabou. Simples né? Eu adoro inventar retrospectivas temáticas, com desenhos (hoje mesmo rolou uma com um papai noel) e lúdicas mas, às vezes, tudo o que seu time precisa é de objetividade e compromisso.

Curtiu? Se colocar a dinâmica em prática depois me conta como foi 🙂

Até mais!

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