Hey! Deixa eu te contar sobre como foi participar do Agile Brazil nesse ano (2022), que foi em Porto Alegre, e desta vez como palestrante!
Edit: aqui está a gravação da palestra se quiser assistir 🙂
Sou uma daquelas pessoas que ficam conversando nos corredores ou nos Open Spaces do evento, então, é possível que você tenha me visto todo empolgado mexendo as mãos e falando com alguém sobre DDD, EventStorming, “Outcomes over Outputs”, StoryMapping, Fluxo Unificado e como tudo isso se conecta na Taller.
De vez em quando assisto alguma palestra para aprender diferentes caminhos e me inspirar a construir produtos digitais que atendam a seu propósito e habilitem o negócio do produto.
Um dia o Rafael Caceres (CEO da Taller) me conectou com o Lula (CTO da 42 São paulo) e após algumas conversas ele me convidou para falar no podcast Love The Problem (da K21) sobre DDD e EventStorming. E este ano eles me deram o apoio que eu precisava para criar coragem e palestrar no Agile Brazil sobre algo que na minha opinião muitos acreditam ser técnico demais.
Além disso, eu pensava: “o que DDD tem a ver com agilidade?” “Como que em 2022 isso é relevante?” provavelmente o tema da palestra não seria aprovado.
Mandei duas propostas sobre DDD em trilhas diferentes e mesmo eu desacreditando aprovaram as duas, uma, na trilha “Produtos e Negócios” que ficou como reserva, restando a outra na trilha “Mão no Código” que foi a selecionada!
Selecionaram minha palestra, e agora?
Foi então que pensei “E agora?”. Eu não queria palestrar sobre algo técnico, slides com topologias complexas repletas de conexões para diferentes tipos de banco de dados ou exemplos de código limpo, queria falar sobre como o DDD te leva além do técnico e contar um pouco da nossa caminhada.
Pois, um dos desafios que temos atualmente é manter os times envolvidos no desenvolvimento de produtos alinhados com o propósito, entender e explorar qual é o problema que estão resolvendo para focar no que é essencial para o negócio. E evitar a criação do próximo sistema legado que torna a evolução do negócio lenta.
“Nesta era de inovação, muito mais importante que ser um solucionador de problemas é ser um descobridor de problemas. Para ensinar a descobrir problemas, métodos mais criativos devem ser utilizados. Quebrar regras, até certo ponto, deve ser tolerado e encorajado, e sim, até ensinado.”
Andrea Kuszewski (via Alisson Vale)
Pegando a estrada pra Porto Alegre
Então pegamos a estrada, eu, Rafael Caceres e o Matheus Lemke, nosso Dev na Taller, que participava como voluntário do Agile Brazil, e partimos rumo a Porto Alegre para palestrar justamente sobre nossas experiências adotando algumas técnicas baseadas em StoryTelling para facilitar a comunicação entre quem entende do problema, quem sabe criar as soluções e quem ajuda a operacionalizar de maneira que o domínio que estamos inseridos reflita no sistema e consigamos obter um equilíbrio entre a complexidade acidental e a essencial do sistema.
E assim foi, o Rafa e eu palestramos no mesmo dia!
E um interesse repentino por DDD, EventStorming e como isso se conectava com StoryMapping surgiu, principalmente pela curiosidade do Lula que rapidamente já organizou um Open Space para conversar sobre o que é essa ferramenta que tanto se comentava, o EventStorming.
O EventStorming na prática
Após perceber que precisávamos algo mais prático para explicar que diabos é EventStorming, o Lula propôs fazermos um “mão-na-massa” e convidar o pessoal da organização do Agile Brazil para explorar esse método.
Nesse dia conheci o Felipe Dutra, agilista na Will Bank, que também é um facilitador de EventStorming e topou rodar em conjunto o que seria nosso primeiro ES presencial.
Que desafio! Nós dois só havíamos rodado ES de maneira virtual. Agora o espaço, que antes era só um canvas online no Miro, precisou ser montado, e os post-its, usados para mapear os eventos, eram reais. Então lá estávamos no chão colando papel para construir um canvas branco com o tamanho suficiente para que as pessoas pudessem colar e mover seus post-its de maneira colaborativa.
As pessoas foram convidadas para a aventura de descrever com eventos o que acontece na jornada de submissão de propostas de palestras e na compra dos ingressos.
E como um ato de mágica, até as pessoas que estavam sentadas se levantaram, pegaram seus post-its laranja, uma caneta e começaram a escrever “palestra selecionada” ou “revisões encerradas” e colar os eventos no papel enorme que colocamos na parede.
Depois da tempestade
Após admirar aquele caos feito por um monte de eventos, pedimos aos participantes para que todos juntos ordenassem os eventos de maneira que seguissem uma linha do tempo, da esquerda para direita do papel na parede.
Validando a ordem
E após a ordenação dos eventos, o Felipe foi o narrador da história que tínhamos construído de maneira colaborativa, e naturalmente as pessoas começaram a corrigir a história que estava sendo contada, validando aos poucos e chegando a um consenso sobre como funciona o processo deste domínio.
Validação da narrativa.
Adicionando os Atores (pessoas com papéis) e Sistemas
Entendendo o caos
Este processo gerou conversas e conflitos saudáveis que levaram ao mapeamento de um processo que até aquele momento alguns sabiam parcialmente ou lidavam de maneira diferente com os sistemas envolvidos no processo.
Ninguém chegou preparado com documentações, um monte de slides e diagramas sobre como funciona o sistema do AB para gerenciar todas essas submissões na montagem da grade de palestrantes.
Quase duas horas se passaram e como resultado, as pessoas colaboraram para construir uma história válida que contasse como este processo, que a princípio parecia complexo, pois envolve várias pessoas com diferentes papéis em diferentes contextos, realmente funciona.
Entendemos quais contextos compõem o processo de submissão e assim emergiram os potenciais pontos de evolução! Apontaram os problemas com propostas de melhoria nas partes que mais impactam as pessoas que o utilizam.
EventStorming Big Picture do Processo de Submissões do Agile Brazil
Poderíamos ter ficado por horas explorando mais e evoluir para um novo modelo ideal (to-be), mas decidimos encerrar e absorver tudo aquilo, afinal é uma atividade bem intensa.
A galera que ficou até o final participando
E assim foi meu primeiro EventStorming presencial e minha primeira palestra no Agile Brazil sobre Domain Driven Design em 2022!!
Mas pera! Para o Rafa e eu, a estrada ainda nos aguardava, o que foi ótimo, pois tivemos bastante tempo para conversar sobre o evento, e um dos assuntos que mais surgiu foi a importância que se está dando ultimamente ao pensamento sistêmico e pessoalmente acho que a comunidade do DDD tem muito a nos oferecer neste assunto e melhorar a maneira como construímos produtos digitais.
Você foi no Agile Brazil também? Comenta aqui embaixo como foi a sua experiência e se você estava nas nossas apresentações ou também colocou a mão na massa no EventStorming!
Você pode entender melhor sobre EventStorming no nosso TallerMeetup, onde explico uma breve introdução a ferramenta.
Se quiser saber mais como podemos aplicar o EventStorming na sua organização, ajudando a evitar desperdícios e aumentar o engajamento das pessoas envolvidas, clica aqui e conheça nosso treinamento!