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Taverna Taller #7 – O papel do analista de negócios com Helal Ferrari

O Taverna Taller é um podcast criado para explorar um tema quente por mês. Cada programa contará com a presença de um integrante do time da Taller ou de algum convidado especial.

Coloque um fone de ouvido, dê o play e aproveite o passeio. Mas cuidado, nem tudo é o que parece Muahaha!

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* * *

(Confira a seguir a versão transcrita e adaptada do podcast)

 

É fim de tarde na taverna, os últimos raios de sol adentram e aquecem o interior da biblioteca. Nosso viajante passeia pela sala e observa todos a sua volta. Emana um frescor místico no ar.
 

 
[Helal]
Eu sou Analista de Negócios da Taller, atualmente trabalho também com a Gestão de Fluxo.

[Viajante]

Legal, sobre gestão de fluxo conversamos há um tempo atrás com o Rafael.

[Helal]

Isso mesmo. E meu principal papel aqui é organizar as histórias de usuário dos nosso clientes e sempre manter o norte e o objetivo de negócio dos clientes.

[Viajante]

Qual o papel do analista de negócios?

[Helal]

A principal atribuição de um analista de negócios é entender o que exatamente o cliente quer. A partir disso, ele começa a criar diversas histórias de usuário e, com essas histórias criadas, ele as repassa junto à equipe de desenvolvimento que vai começar a desenvolver o projeto.

[Viajante]

E que conhecimentos se precisa ter para ser um analista de negócios?

[Helal]

Primeira coisa é adaptação, bastante fluidez na comunicação com o cliente, pois muitas vezes o cliente vai passar uma informação e, se não houver clareza, vai ter que repetir com ele, uma, duas ou três vezes e, a partir disso, começar a escrever todas as regras de negócio para conseguir desenvolver o projeto.

[Viajante]

E precisa ter algum conhecimento específico para trabalhar com análise de negócios em times ágeis?

[Helal]

Primeira coisa é ter uma certa experiência com a cultura ágil, não precisa ser um conhecimento baseado em scrum. A princípio o que eu falo sobre cultura ágil é sobre você ser uma pessoa adaptativa, não encarar problemas como empecilhos para tocar seu trabalho, encarar todos os problemas como desafios e, assim, encontrar soluções para resolver os problemas.

[Viajante]

Quando você chega num lugar e se apresenta como analista de negócios o pessoal já entende ou depende muito do meio? Como é essa abordagem?

[Helal]

No “mundo ágil” é bem mais tranquilo, mas nem tanto em outras áreas. Essa carreira não é nova mas nos últimos anos tem se fortalecido como uma carreira necessária para fortalecer os valores de negócio para os projetos de TI.

[Viajante]

Vi que você cita bastante essa questão do valor, queria entender o que é o valor exatamente? Como podemos definir o valor?

[Helal]

A primeira coisa que tem que acontecer é um diálogo com o cliente e ver  exatamente o que ele precisa receber a nível de negócio. À partir disso, usamos um conceito chamado milestones que serve para encaixar tudo que o cliente tem de necessidade de negócio num certo espaço de tempo. Definido isso, a gente ainda não sabe quais são as histórias de usuário que a gente precisa contemplar pra poder concretizar este objetivo. Ai que entra o BVP (Business Value Points).

[Viajante]

Poderia explicar com um pouco mais de detalhes como funciona o BVP?

[Helal]

Essa é uma técnica, que foi trazida pelo nosso agile coach, Celso Martins, que adaptamos aqui para a Taller. O conceito básico dela é que seja possível dividir uma história em quatro dimensões. E cada uma dessas dimensões tem um peso em valor específico, e que no final fazem parte de uma média ponderada que mostra o valor da história para nós. Quanto mais alto for esse valor, mais valor de negócio tem essa demanda. E à partir disso, o cliente consegue priorizar exatamente o que ele precisa, e não fica naquela confusão de achar que tudo é prioridade.

[Viajante]

E quais são as quatro dimensões que vocês usam?

[Helal]

A primeira dimensão é para saber se aquela história propicia diretamente a entrada de dinheiro. A segunda dimensão é se o cliente consegue economizar com essa demanda um valor monetário. A terceira tenta identificar o quanto é possível reduzir do custo do processo de operação. E a última etapa é a janela de oportunidade, que é umas das dimensões que tem maior peso de pontuação porque você define a urgência da história.   

[Viajante]

Onde eu posso buscar mais informações sobre isso?

[Helal]

Já publicamos dois artigos no blog da Taller. Um dá uma introdução ao BVP, e o outro ensina de forma prática como utilizá-lo no seu ambiente de negócio.

[Viajante]

E o que é preciso para escrever uma boa história?

[Helal]

Para escrever uma boa história é preciso ter objetividade e clareza na escrita, esse é o principal passo e não é fácil de alcançar. Para quem está começando, uma boa técnica de elucidação é a invest, que significa, em português, que sua história precisa ser independente, negociável, estimável, pequena e testável. A primeira coisa que passa na cabeça de quem está escutando isso pode ser “puts, como eu posso encaixar todos esses objetivos numa história de negócio?”.  Fique atento ao estimável. Se você trabalha como eu, num modo onde um dos pilares principais é medir, você não precisará ter mais como pré requisito isso, pois com os dados históricos você terá sua estimativa.

[Viajante]

E esse invest foi criado por alguém em específico? Consigo buscar mais informações sobre isso?

[Helal]

Consegue sim pois tem muito conteúdo bom sobre invest na internet, mas você pode buscar pelo seguinte nome: Marcelo Neves.

[Viajante]

Pô, que massa!

Queria saber mais sobre uma questão de comunidade: onde você costuma trocar ideias com os profissionais de análise de negócios?

[Helal]

Tem um canal no slack chamado Agilidade. O principal objetivo quando eu migrei para a carreira de análise de negócios e fluxo, a primeira coisa que eu pensei foi em otimizar o meu tempo. E se você quiser otimizar o seu tempo, você pode buscar informações com as seguintes pessoas: Alisson Vale para gestão lean/ágil, Rodrigo Yoshima para técnicas na utilização do kanban e Marcelo Neves para a análise de negócios. No final do artigo teremos também links de biografias e videoteca.

[Viajante]

Com relação a ferramentas, quais tipo vocês usam no dia-a-dia do trabalho?

[Helal]

Nos últimos anos temos utilizado o Jira, que às vezes é complexo para o trabalho que precisamos exercer. Estamos aos poucos migrando para uma ferramenta chamada Convergence, dos nossos parceiros da Crafters os quais estão customizando para nossos processos de trabalho com fluxo único.

[Viajante]

E o Convergence já está aberto ao público?

[Helal]

Ainda não, mas estará em breve.

[Viajante]

E podemos procurar quem lá na Crafters para falar sobre essa ferramenta?

[Helal]

Pode procurar o Felipero ou o Celso Martins.

[Viajante]

Foi legal a conversa, gostei bastante, acho que o pessoal vai gostar também de saber mais sobre o papel do analista de negócios.

Então eu continuo minha jornada aqui na Taller, curioso pra saber qual vai ser a próxima pessoa que irei encontrar pelo caminho.

Até a próxima!

 

Buscando entender mais sobre o assunto, nosso viajante vai até a estante de livros e começa a separar alguns títulos para consulta. Um livro do autor Taleb chama sua atenção e ao retirá-lo da prateleira, toda a estante começa a se mover, abrindo uma passagem na parede. Ninguém na sala parece perceber, então nosso viajante entra sorrateiramente, enquanto as luzes de um corredor estreito acendem-se a sua frente.

 

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