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Gestão Financeira: projeções com fluxo de caixa

Gestão Financeira

Projeções com fluxo de caixa

Falaremos aqui da metodologia do fluxo de caixa para entender como ela pode ser uma aliada nas previsões de caixa da empresa e nos mostrar o quanto podemos investir em uma área, contratar ou mesmo aumentar a estrutura física do negócio.

Usaremos o fluxo de caixa em regime de caixa pois o que importa realmente é saber quanto vai entrar e quanto vai sair e em sua respectiva data.

Por que não regime de competência? Ao usar o regime de competência vamos estar suscetíveis ao erro de achar que o “déficit” ou o saldo positivo será em um mês tal, sendo que na verdade será em um mês posterior devido aos prazos médios de recebimento e pagamento.

Na vida real dificilmente faremos uma venda grande à vista!

Sobre o regime de competência, temos apenas estar ciente que, por exemplo, se o fluxo de caixa em regime de caixa está nos mostrando que teremos prejuízo em março, o problema financeiro será em março, mas o problema comercial foi em fevereiro, uma vez que a empresa não vendeu ou vendeu pouco em fevereiro e não teve recebíveis o suficiente em março.

A metodologia para projeções com fluxo de caixa 

Para começar a fazer nosso fluxo de caixa, precisamos saber o Básico: Quanto tem em Caixa (R$)?

Este é o Saldo Inicial, soma-se tudo que a empresa tem de recurso monetário disponível (na conta corrente, bancos, etc…), também considera-se alavancagens em caso de necessidade, mas isso é assunto para outro post.

Usaremos também as entradas projetadas, saídas e assim, teremos o saldo final conforme o modelo abaixo:

Este é o Layout que mais encontramos, o problema é que o modelo é tão simples que não serve.

De que adianta se não me adianta?!!!

Fluxo de Caixa detalhado

Para chegar num modelo “resumo” vamos usar o fluxo detalhado. Colocaremos em cada linha o recebimento ou pagamento e sua data, assim saberemos quando teremos caixa ou falta, descrevendo cada um conforme tabela abaixo:

Código: como vamos utilizar as “Planilhas do Google” para fazer o fluxo de caixa, sugiro que coloquemos códigos diferentes para receitas e despesas, então posteriormente podemos fazer um “SUMIF” para outra tabela resumo. Costumo usar 1 e suas variações para receitas (1.1, 1.2 para cada cliente) e 2 para despesas (2.1, 2.2 para cada fornecedor).

Clientes/Fornecedores: nome e/ou descrição dos clientes ou fornecedores da empresa.

Descrição: detalhar as despesas ou as receitas, mostrando qual é a parcela referente ao que é o pagamento, etc.

Valor: Valor exato do que vai entrar ou que vai sair, lembrando que para as receitas não será o valor da Nota Fiscal e sim o valor líquido que entrará após a retenção de impostos (para quem se enquadrar, no caso).

Saldo: o saldo é calculado conforme o valor da linha acima. No exemplo, se o saldo inicial fosse de 100mil, então teríamos o seguinte cenário:

saldo inicial = 100.000,00

(+) entradas = 50.000,00

(-) saídas = -20.000,00

(=) saldo final = 130.000,00

Planilha

Na planilha do google acima, temos o modelo usual do fluxo de caixa detalhado projetando o saldo até final de março de 2016.

Podemos observar em destaque o saldo atual (inicial) em conta e abaixo o fluxo. A célula F4 contém a seguinte informação =C1+E4, ou seja, ela está somando o saldo inicial a receita com o cliente A que é de 50mil, totalizando um saldo de 150mil.

Já célula F5 contém, =F4+E5, somando 150mil com a despesa do Fornecedor A -20mil, totalizando um saldo de 130mil, e é só “arrastar” a fórmula da célula F5  para completar a lógica.

Neste modelo podemos acompanhar, sem o uso de um sistema pago, os pagamentos e as receitas com as datas de entrada e saída. Assim, saberemos quando iremos receber ou quando teremos de pagar uma conta.

Fluxo de Caixa – Modelo Resumido ou Gerencial 

Para obter uma visão mais gerencial de seu fluxo de caixa, utilizaremos os códigos para puxar os dados da planilha detalhada e fazer o modelo resumido, conforme abaixo:

Com a função “SUMIF” ou SOMASE no Excel, podemos somar as informações do fluxo detalhado e transformar numa visão mais gerencial ou mesmo resumida. Esta visão é interessante por vários motivos:

  1. Podemos saber o quanto está entrando de cada cliente em cada mês;
  2. Podemos saber o quanto está sendo gasto por cada conta contábil;
  3. Saber o saldo de cada mês e começar a planejar o futuro;
  4. Simular Despesa e Receita”, podemos fazer simulações colocando valores em receita ou despesas.

Pode-se tentar projetar por trimestre, semestre ou anualmente. Porém, como este tipo de análise é muito dinâmico, tem que ter um acompanhamento e atualização, no mínimo, semanal.

Projetar cenários como pessimista, realista e otimista pode ser uma boa saída para encorpar a análise.

Conclusão

Prever as saídas é relativamente mais fácil, já que temos noção da estrutura de custos da empresa e de quanto precisaremos aumentar ou diminuir durante o ano.

Para prever a receita podemos usar vários métodos, dentre eles os que usam séries temporais, ou seja, se sua empresa já tem um certo tempo de existência, pode-se tentar achar uma linha de tendência com os dados históricos que o próprio Excel faz, usando as variáveis x e y. A média móvel nada mais é que dizer que a média dos últimos 3 meses (o período fica por sua escolha) será o faturamento do próximo mês e também pode ser utilizada.

No entanto, sabendo que para Startups que tem grande parte da receita atrelada a prestação serviços, será difícil prever algo do tipo pois a cada ano temos que fechar contratos novos, clientes saem, outros entram e ter previsibilidade de receita com um percentual aceitável de acerto acontece em raros casos. A não ser que se trabalhe com produto, com a carteira de clientes atuais somados às metas de positivações do ano, é possível ter uma previsão mais assertiva das entradas.

O fluxo de caixa projetado é uma ótima opção para quem quer controlar, por meio de planilhas, pagamentos e recebimentos, prever a saúde de caixa da empresa e para estratégia financeira pois tendo a visão do futuro podemos planejar verbas para estruturar cada setor da empresa, entre outros, prevendo saldo positivo ou segurar os gastos desnecessários em caso de previsão de saldo negativo.

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