Nós somos o que fazemos e o que compartilhamos. Essa premissa é parte importante da cultura da Taller e não estou só falando de formas de compartilhar nossas práticas e aprendizados com o mercado, a comunidade e os demais profissionais, mas principalmente no nosso dia-a-dia, dentro da empresa, compartilhar conhecimento é combustível para inovação e produtividade.
Por que compartilhar conhecimento?
Hoje existem várias vertentes de estudos que mostram que o aprendizado e ensino compartilhados são altamente eficazes, não só no âmbito das empresas como já é uma necessidade também nas escolas e ambientes de formação em geral. Um dos exemplos disso é a excelente iniciativa chamada Learning 3.0 da Happy Melly, que defini-se, resumidamente, da seguinte forma:
O produto da aprendizagem deixa de ser determinado por especialistas, e passa a emergir a partir dos desafios encontrados no seu ‘mundo real’. O processo da aprendizagem é inclusivo, promovendo o confronto de múltiplas perspectivas. É a raiz da aprendizagem emergente. É onde para aprender você deve compartilhar.
Entre os Talleres (leia talheres) experimentamos algumas atividades com algumas adaptações e muita tentativa e erro, nossa rotina nunca é previsível e o saber é infinito.
1) TallerTalks: toda a semana (ou quase) alguém da Taller apresenta um assunto que considera interessante para debater com os colegas. Pode ser sobre um livro que leu, um evento que foi, uma nova tecnologia ou boas práticas de desenvolvimento. Com duração de cerca de 1h, em formatos variados como mesa redonda, fishbowl ou palestras, todos estão convidados para aprender um pouco mais sobre algo e compartilhar suas experiências e pensamentos. De vez em quando recebemos também alguém de fora, o que torna a experiência ainda mais agregadora.
2) Grupo de estudos: são iniciativas pontuais da galera para otimizar o tempo dedicado à leitura de algum material e compartilhar conhecimento com o grupo. Neste momento existem dois em andamento: Um sobre os livros Codificador Limpo e Código Limpo e outro menor sobre o livro Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente.
3) Biblioteca Virtual: no nosso drive temos uma biblioteca onde o pessoal contribui com materiais diversos como ebooks e artigos. Ela é classificada por assuntos como Agil/Lean ou Drupal e é uma fonte riquíssima para pesquisa e economia na compra de livros.
4) Coding Dojos: Segundo o http://codingdojo.org/: “Um Coding Dojo é um encontro onde um grupo de programadores se reúne para trabalhar em conjunto em um desafio de programação.” Simples assim. Existem alguns formatos para essa atividade, mas o que nós mais utilizamos é o tradicional onde existem 3 personagens: o Piloto, que é o cara que digita o código, o Co-piloto, que ajuda o piloto com direcionamento verbal e a Plateia, que observa o desenvolvimento do código até que seja o seu momento de entrar em ação. Cada posição é ocupada por uma pessoa, e o rodízio destas acontece a cada 5 minutos, em média. Ou seja: todos os participantes assumem um personagem no decorrer da atividade.
5) #leituras-sugeridas: Esse é um dos muitos canais que mantemos no Slack. Semana passada ele foi escolhido como o mais bacana, e por isso o escolhi para entrar na lista. Todos os dias são vários links de assuntos diversos pipocando na nossa tela, só o que recomendamos altamente. Claro, nós temos muitos outros canais específicos onde compartilhamos materiais como o #design, o #drupal, #javascript, #polítca e etc, mas o #leituras-sugeridas é o mais democrático e largamente o mais utilizado.
6) Eventos: nós gostamos de receber eventos, sejam eles hackathons, meetups ou cursos. Os eventos são o canal de aprendizado e networking mais dinâmico e, além de participarmos de alguns pelo Brasil e América Latina palestrando e aprendendo, os que costumamos receber são sempre um sopro de energia para turbinarmos nossas atividades diárias.
7) Posts: apesar de mantermos esse blog como um material de compartilhamento externo ele também serve para a aprendizagem interna. Algumas vezes já ouvi pela empresa “olha, esse problema já foi falado pelo fulano no artigo tal no Blog da Taller”. Quer inspiração maior para escrever do que isso?
8) Pair: essa é uma prática amplamente incentivada em todas as áreas da empresa, e por isso não utilizei a expressão Pair Programming . O pareamento acontece entre desenvolvedores, designers, marketing, comercial, gestão de pessoas. Aquela história de que duas cabeças pensam melhor do que uma não poderia ser mais verdadeira. Existem várias técnicas para deixar o seu pair mais eficaz, mas isso pode ser assunto para um próximo post 😉
9) Núcleos: trabalhamos a cada dia para horizontalizar ao máximo a nossa gestão. Uma das soluções que adotamos foram os núcleos, onde decisões são compartilhadas e não seria diferente com a aprendizagem. Eu, por exemplo, trabalho junto com o Núcleo de Criação – que é formado também por design e marketing – e nosso board é um só. Todas as demandas para o núcleo são puxadas e trabalhamos juntos para essas três áreas. Diariamente aprendo algo novo e me torno uma profissional melhor e mais qualificada, tendo uma visão do todo através do daily, onde posso identificar a minha melhor atuação e onde posso ajudar com um pair ou aprender algo para ter mais autonomia. Como empresa enxuta que somos, brinco que aqui a galera “canta, dança e representa” e a máxima “essa não é a minha função” é algo que simplesmente não existe entre os talleres. Temos alguns outros núcleos como o de eficiência e de estratégia, que funcionam em outros formatos mais concisos para, por exemplo, atender necessidades pontuais.
10) Board único: resumidamente: nossos devs trabalham todos juntos, em todos os projetos. Existe um board único de fluxo contínuo onde as demandas são priorizadas e seguem o sistema puxado. Mais um assunto que rende outro post, pois é difícil descrever em um parágrafo. O que importa aqui é que nenhum profissional fica detentor de um conhecimento específico sobre um projeto, por exemplo, e os pairs são mais praticados do que nunca!
11) TallerWiki (knowlege base): essa é uma iniciativa recente e que tem dado muito certo. Basicamente cada desenvolvedor deve contribuir com pelo menos 1 novo conhecimento por semana. Aprendeu algo novo? Contribui lá no TallerWiki. Está sendo super útil não só para compartilhar conhecimento, mas também como futuro material para posts, incentivo da organização e fazer a galera escrever, sem ter a pressão de ser bonitinho para divulgar para o mundo. O que importa é que sua tip está lá, gerando seu valor, e pronta para ajudar qualquer colega. O próximo passo é expandir essa atividade para as demais áreas da empresa.
O mais legal nisso tudo, quando estava estruturando esse post, é que percebi que nada disso teria acontecido se a Taller fosse um ambiente engessado e que não desse voz ativa e empoderamento aos seus profissionais. Cada taller tem a possibilidade de liderar as mudanças que gostaria de ver na empresa. Nem temos tanto tempo disponível, ou mesmo grana pra custear algumas iniciativas e, mesmo assim, elas surgem, se mantêm e evoluem constantemente.
Seja a mudança que você quer ver no mundo, já dizia Gandhi. Comece por um mundo pequeno e vá expandindo sua área de atuação. Não se conforme com a rotina e compartilhe, de tudo um pouco, o tempo todo. Você não precisa ter um grande orçamento ou ideias mirabolantes e já validadas: seja lean! Crie um pouco, erre mais um pouco, e vá aprimorando suas ideias com o tempo! Ganhe aliados, venda seu peixe entre os seus, e você verá que a percepção que os colegas possuem de você irá se transformar.
A mudança é contagiante, mas precisa que alguém comece. Que tal ser protagonista de uma nova ação e beneficiar as pessoas ao seu redor? Se não der certo, no mínimo você terá aprendido algo 😉
Você pratica alguma dessas atividades? Conta para a gente como é sua experiência e de seus colegas. E se ficou com vontade de ler mais sobre alguma dessas práticas, é só deixar sua sugestão aí embaixo nos comentários!